sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Pó-e-tizando


Esse traz aquele tipo de gosto amargo na boca. É exatamente um pedido para olhar para um ponto que no momento não parece fazer a menor diferença. Todo mundo é capaz de olhar para isso de certa maneira, mas isso não desfaz nem um pouco a possibilidade de ter que se deparar consigo mesmo, encurralado em paredes de lápis-lazúli, não porque a vida realmente te puxa para isso, mas quando a alma sente-se surpreendentemente disposta a consciência, a questão é a mesma de sempre. 

Não é a toa que Ansuz, sim, Ansuz está na parede de minha casa. Não porque a similaridade se faz necessária, não a mim, que sou o vento que rodopia nas encostas das montanhas, eu sou o vento que enche de ar os seus pulmões, eu sou, sobretudo a força da mente ágil, o dom da criatividade, não fosse isso, por que me escolheria? Um mal estar lhe sobe pelo estomago, não porque isso faça qualquer diferença, mas não fosse o nascer tão esperado do sol. Nunca um deus morto! Nunca um deus ressuscitado! Radiante, sim, sempre radiante. Eternamente radiante.

O rodopio ensolarado da luz nova, da luz nova. Não fosse estar tão consciente de minha ignorância, e eu lhe perguntaria por que eu deveria escrever sobre isso. Mas não fosse essa luz, essa tremula luz que me transporta para um lugar, um lugar que eu sei que o reflexo que eu vejo é, estonteantemente, solúvel nesse aspecto mutável do meu ser. Um círculo de chamas não quer dizer nada quando se está dançando na eterna noite de Pan.

Mas cale-se, cale-se, por um momento, cálice. E a água estonteante de Netuno correu sobre as pedras das montanhas que o vento lambia e era com um sorriso amargo que o bloqueio se deu pelo o sangue que escorreria. Também sobre a mesma encosta. E meu mundo tornou-se arte. Meu mundo tornou-se arte.

Então é disso que estávamos falando desde o início, não estou para a verdade, nem para a verdade. E um tom amarelado rodeia o labirinto do pulsar da poeira estelar de onde eu vim. Sim, de onde eu vim. Um átomo consciente deveria estar realmente interessado sobre a sua história? Mas o que diria os céus num momento desses? Por favor, por favor, entenda. Isso não pode ser comparado. E dependurado como uma estrela pendendo por um fio no céu de Yesod, ele sorriu, feito um anjo, feito um anjo. E não fosse essa torrente de energia que jorra em minha cabeça - Unge minha cabeça com óleo e o meu cálice transborda – nada poderia ser mais sensual – a longitude desse esquadro ainda não me mostra nada.

Estou cega, estou cega! Gritaria! Não fosse por esse movimento, por esse correr livre nesse espaço vazio de mim mesmo, por esta pequena fresta que me deixa subir com os silfos e tocar a flauta, que era desde então uma trombeta, e correr pelo mundo nu, como direito de nascimento. E não me diga que não é merecido. Afinal, os dedos ainda correm sobre as páginas e os velhos olhos ainda esperam pela frase perfeita. A frase perfeita.

Amém. 

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